quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Snowden | Críticas de Cinema: Efrem Pedroza


Direção: Oliver Stone

Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Shailene Woodley, Melissa Leo

Gênero: Suspense, Biografia




O ex-funcionário da CIA que meteu a boca no trombone e revelou segredos sobre documentos da Agência de Segurança Nacional dos EUA que denunciam os atos de espionagem do governo norte-americano marca a retomada do cinema de Oliver Stone, que se não é soberba, pelo menos "convence" até determinado momento. 



         Joseph Gordon-Levitt tem sua parcela de contribuição ao entregar com muito êxito um Snowden perfeito. Segundo o próprio ator, o segredo de tudo está ligado a dias e dias de muita repetição dos trejeitos e maneirismos que tornam seu personagem tão verossímil.  
          A parte que não convence, é justamente a que torna o filme uma cinebiografia dramalhona e e eleva o personagem ao status de "herói", quando na realidade os verdadeiros fatos conduzem o protagonista da história a um caminho totalmente oposto. Uma dose (in)voluntária de hipocrisia que sabemos muito bem, ou não, não encaixar-se aos acontecimentos de forma convincente. 



          O que poderia ser explorado como um autêntico drama de espionagem é reduzido a um drama biográfico e isso contribui significamente para que o longa-metragem, com potencial para mais, se torne apenas mais um filme do gênero.



          A boa notícia disso tudo é que mesmo tendo optado por uma linguagem batida e previsível, o diretor, Oliver Stone, parece ter retomado seu caminho no cinema. O cineasta de "Nascido em 4 de Julho", "The Doors - O Filme", "Platoon", "Assassinos por Natureza", entre outros, está de volta, apesar de algumas pequenas imperfeições. 



          O retrato de Snowden nesse filme talvez seja um pouco ingênuo demais dentro das pretensões de Oliver Stone. Uma tentativa de nos convencer daquilo que foi denunciado de forma totalmente questionável. Não se sabe ao certo se essa atitude foi tomada de forma a subestimar o conhecimento do público ou se foi, apenas, uma escolha mal feita. Bom, em terra onde "Trumps" são eleitos, apesar da real falta de melhores opções, até Alice Cooper entrou na corrida presidencial norte-americana como "um homem problemático para tempos problemáticos, fica fácil compreender essa dose de "embriaguez" ao conceber supostos vilões da vida real em heróis nacionais no cinema hollywoodiano. Contraditório, mas ainda assim interessante.  


Nota: 3,0

O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente

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